Prioridade: Mobile First!

Prioridade: Mobile First!

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - TIC, do IBGE, publicada no site Agência Brasil, revela que o telefone celular é o principal meio de acesso à internet no país. Até 2018, mais de 75% dos brasileiros navegaram por meio dele. Entre 2018 e 2019, 98% o faziam pelo celular, tanto nas áreas rurais quanto urbanas. O estudo, que envolveu pessoas com 10 anos de idade ou mais, comprova que tem aumentado o emprego da internet móvel e esta é a tendência.
 
Tanto é assim que outra pesquisa, desta vez conduzida pelo Governo Federal, aponta que desde 2020, a taxa de crescimento da internet móvel é próxima de 1% a cada três meses. Uma explicação para este aumento é a pandemia de Covid-19.
 
Ela obrigou o brasileiro a migrar suas atividades, pelo menos boa parte delas, para o digital.
O trabalho, os estudos, as compras, as relações sociais e muitas outras coisas agora são feitas em larga escala pelo celular. Muitos dos mais céticos quanto à segurança da internet agora já fazem uso moderado da rede.


A compra de novos aparelhos móveis também foi impulsionada pela pandemia, e hoje é possível encontrar equipamentos de preços diversos, fazendo com que mais e mais pessoas naveguem na internet pelo dispositivo móvel.
 
Uma estatística que deve ser considerada foi levantada por uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. Este estudo afirma que, no Brasil, 86% das pessoas que têm o hábito de comprar on-line fizeram pelo menos uma compra em 2019. Destes, 67% o fizeram por meio de um telefone celular.
 
O que ninguém discorda é que há um site que é o mais visitado quando se trata principalmente de compras. Estamos falando da gigante das buscas, o Google. Segundo o Worldometer, site especializado em estatísticas em tempo real, mais de 10 bilhões de buscas são executadas por dia.
 
Os assuntos são os mais variados. Vão desde informações sobre artistas, passando por esportes, até produtos disponíveis no mercado. Estes últimos interessam muito a empreendedores que querem ter sua marca divulgada na internet.
 
Engana-se quem pensa que basta colocar um site no ar e ele já vai automaticamente ser exibido nos primeiros resultados das buscas no Google. O motor de busca tem uma série de políticas que determinam quais os sites que ganham destaque e quais aparecem no final ou nas outras páginas de resultados. Confira agora o que é preciso para figurar nas primeiras posições.

Política de indexação (ou listagem) do Google 
Embora não seja amplamente divulgada pelo buscador nenhuma lista com regras estabelecidas para que um site receba prioridade, estima-se que o Google tenha cerca de 200 critérios que podem fazer com que o posicionamento de uma página seja melhor.
 
Estes critérios são chamados de fatores de ranqueamento. Eles são usados para que os resultados sejam exibidos em ordem de relevância para os visitantes. São políticas sensíveis, o que significa que pequenas mudanças no conteúdo de uma página ou no padrão de desenvolvimento dela pode melhorar ou piorar o posicionamento (ranqueamento) nos resultados.
 
Por isso, técnicas já foram desenvolvidas para que uma marca seja mais visível. É o SEO (sigla em inglês para Otimização para Motores de Busca). É um conjunto de estratégias que visa desenhar, inicialmente, a estrutura de um website para que tenha maiores chances de figurar em uma boa posição na página de respostas do Google e, depois, adequar o conteúdo para que continue competitivo.

As principais técnicas de SEO são:
 
Palavras-chave 
O proprietário do site deve pensar, desde o desenvolvimento, em quais serão os termos pelos quais as pessoas deverão buscar para ser encontrado. Para facilitar, o próprio Google traz uma ferramenta gratuita: o Keyword Planner. Também é possível usar um método manual: digitar as palavras chave pretendidas e ver as sugestões que o buscador oferece.
 
Conteúdo 
Precisa haver conteúdo de qualidade. Um bom exemplo disso são os blogs. Um texto bem escrito, original, com tema relevante e construído de forma a facilitar a leitura, são muito bem vistos pelo buscador.

Os blogs tem bastante importância porque podem ser a porta de entrada para o visitante. O texto deve incentivar a exploração do site em busca de certo produto ou serviço.
 
Linkagem 
Links internos são uma maneira de envolver um leitor ainda mais no conteúdo do site.

Quando o blog já possui uma boa quantidade de artigos, podem ser inseridos links fazendo referência a outros, desde que possua tema relacionado. Mas devem ser links que funcionam, porque links quebrados (aqueles que não apontam para lugar nenhum, para uma página inexistente ou de conteúdo duvidoso) fazem perder pontos com o Google.

Também podem ser usados links externos fazendo referência a outros bastante conhecidos.

Segurança 
O Google prefere exibir nos primeiros lugares as páginas que contam com protocolo de segurança SSL, fazendo com que o endereço exiba a inscrição “https://”.

É um certificado que garante que o acesso ao site é seguro, livre de interceptação por hackers. Além destes fatores de ranqueamento, surgiu outro para beneficiar a maioria dos visitantes, que usam aparelhos móveis para acessar a internet: o mobile first.
 
Mobile first (MF)
 
A tradução literal do termo é “primeiro os (dispositivos) móveis”. É uma metodologia de elaboração dos websites focado na exibição para dispositivos portáteis, como celulares e tablets.

Muito embora os sites produzidos nesses moldes seja visível em qualquer dispositivo, inclusive computadores e notebooks, o mobile first se preocupa em fazer com que os objetos na página, como menus, imagens, e textos sejam apresentados com perfeição, sem prejuízo ao conteúdo.
 
Desde 2009, uma atenção especial vem sendo dada à criação com mobile first, porque foi nessa época que começou a haver aumento expressivo do uso de celulares para as mais diversas atividades na internet.
 
Notando esta tendência, desde 2015 o Google, com seu complexo algoritmo, passou a priorizar os sites mais bem adaptados aos dispositivos móveis. Por isso, algumas marcas podem acabar ficando para trás se não criarem ou reformularem seus espaços na internet de acordo com o mobile first.
 
O resultado da aplicação da técnica MF é o design responsivo. Esta propriedade faz a detecção do tipo de tela em que o site está sendo exibido. E, de acordo com ela, o layout se adapta imediatamente a ela. Mas nem sempre uma página responsiva tem uma boa visualização garantida. É preciso acompanhar continuamente, já que o conteúdo é modificado sempre, como é no caso de um e-commerce.

Porque o mobile first é importante 
Além da responsividade, outro critério que o Google considera para posicionar um link no começo da página de resultados é a “leveza” do conteúdo, o que impacta no tempo de carregamento.
 
Isso importa bastante para os usuários de smartphones porque nem sempre estão acessando por meio de conexão wi-fi. Quem depende de um plano de dados de uma operadora de celulares paga mais caro para se conectar. Por isso, é importante que o site apresente um layout simplificado, sem grafismos exagerados e muitas imagens.
 
O mobile first colabora para uma melhor experiência de navegação. Uma pesquisa do próprio Google levantou que a velocidade de download da página faz muita diferença para os usuários.
 
Segundo o estudo, 53% dos usuários de smartphones abandonam as páginas que planejavam visitar se ela não carregar completamente em 3 segundos. Para lojas virtuais, por exemplo, isto é um grande problema. Por isso, a agilidade é fundamental.
 
Junto com a rapidez, um site capacitado para estar nas primeiras menções do Google precisa ter uma excelente navegabilidade, principalmente nos dispositivos móveis. Isto significa que ele deve estar com os elementos da página organizados de maneira que o usuário encontre o que deseja em poucos cliques.
 
O site deve ser intuitivo, confortável. Os menus devem apresentar os produtos separados por categoria, para que o usuário consiga navegar por dedução.
 
A aparência é muito, mas muito importante. Blogs com erros de português, por exemplo, acabam com a credibilidade do site todo, dando a impressão de amadorismo. Assim, a confiança do visitante na qualidade dos produtos ou serviços acaba.

Como melhorar a usabilidade do seu site 
É fundamental, além de possuir uma versão mobile, que os sites sejam fáceis de usar principalmente na hora de fazer compras. Todas as classes sociais migraram para já foram afetadas pela tendência de consumir pelo celular.
 
Pensando nisso, existem certos princípios que orientam os desenvolvedores para que os visitantes se sintam bem ao navegar. Veja:
 
Conhecimento de como o público usa o smartphone 
O manuseio do aparelho ajuda a construir a página de uma maneira mais amigável. Existe uma pesquisa feita por Steven Hoober em 2013, que mostrou que 49% das pessoas operam o celular com apenas uma mão, 36% o apoiam em uma e tocam na tela com a outra e que apenas 15% usam as duas. A pesquisa ainda indica que 72% dos internautas usam mais o polegar enquanto 28%, o indicador.
 
O estudo de Hoober cunhou o termo “zona do polegar. Este conceito permite, por exemplo, que a página organize de forma estratégica os objetos, menus e botões. Eles precisam ficar sempre ao alcance do usuário, para evitar que ele fique mudando o telefone de posição, reduzindo a dificuldade de usar o site.
 
A “zona do polegar”, por exemplo, mostra que a área superior da tela, em especial à esquerda, é mais difícil de tocar com o polegar. Então, o desenvolvedor já sabe que deve concentrar as opções na parte central e inferior do ecrã.
 
Isto vai tornar a navegação mais confortável e criará uma ligação do consumidor com a marca, não importando o segmento de atuação no mercado.

Realização do teste A/B 
Este teste consiste em pôr no ar pelo menos duas diferentes versões do site, com apenas pequenas diferenças, para ver qual delas atrai mais pessoas e, assim, oferece melhores resultados para o empreendedor, ou seja, mais conversões.
 
O Google disponibiliza a ferramenta Google Analytics Content Experiments, que funciona exibindo as versões de forma randômica, para apurar resultados em tempo real.Os resultados do teste A/B devem levar a correções necessárias e, ao mesmo tempo, conhecer as características de consumo do seu público.

Consequências de não usar o mobile first 
Deixar de investir na tecnologia mobile first significa, atualmente, perder posições na página de resultados do Google, com consequente impopularidade na internet. Isso acontece porque outra política do buscador para indexar as páginas nos primeiros lugares é a taxa de abandono.
 
Os maiores motivos de rejeição são a baixa velocidade no carregamento e a dificuldade ao navegar. Esses são os dois principais fatores que os comerciantes devem ponderar. O consumidor brasileiro é imediatista e impaciente. Para ele, é muito fácil voltar ao Google e buscar a concorrência.
 
Por isso, é essencial que o webdesigner se preocupe em produzir para celulares. Supondo que um visitante de uma loja virtual queira comprar uma camisa ou um par de tênis, mas não consegue sequer visualizá-lo por completo no site da loja, muito provavelmente não vai comprar e ainda vai fazer comentários negativos sobre a marca.
 
Isto vai influenciar de forma negativa outros consumidores, já que muitos se baseiam na experiência de outros na hora de decidir pela compra. Então, investir no mobile first é já é mais do que recomendável: é prioridade.




 

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